Quase lá

Ontem foi um dia um tanto nostálgico para mim, comecei a ver algumas fotos e reviver um passado não tão distante. Ontem era pra ser a MINHA colação de grau, mas não foi. Lembra aquela música que diz ♪ Cada escolha uma renúncia ♪ Exatamente. Ontem tive certeza de que nossas escolhas são acarretadas por consequências. Não busco um culpado para isso, afinal quem escolheu deixar minha saudosa Paranavaí fui eu mesma, e ontem senti ainda mais saudades. Saudades de uma turma, de uma casa, de uma faculdade, de professores – Elmita, Flávio, Zilda, Magistra – de mestres e de pessoas que hoje posso chamar de amigos, pois são aqueles que me apoiaram quando precisei, que me fizeram rir quando estava triste e que me mostraram o valor de uma amizade, que mesmo de longe, permaneceu. Senti-me mal, pois não pude ver com meus próprios olhos essa conquista, a MINHA sala, a MINHA turma se formando. Aí parei pra pensar: se eu não estou lá é porque não é mais minha, e isso doeu, e doeu muito. Por outro lado – e sempre haverá um outro lado – sinto-me feliz por saber que 18 guerreiros concluíram o curso de Letras, dos 42 aventureiros apenas 18 sobreviveram à provas, trabalhos, estágios, críticas, elogios, seminários, churrascos e barraca universitária; estou feliz por saber que minha amigairmã – Verônica huhull – estava lá e também pegou seu diploma, com direito a beca e capelo. Quando você diz aos outros que mora sozinha, que faz faculdade e que trabalha logo pensam “nossa que zona que deve ser”, mas só quem passou dias complicados sabe como é não ter 5 reais para pagar um cover artístico porque precisou tirar xerox daquela apostila, só quem já morou sozinho sabe trocar um gás, trocar um chuveiro – e foram mais de 4 - , desentupir o ralo do banheiro – OMG! –acordar com a casa debaixo da água às 3 da manhã, desentupir os caninhos da sacada para não morrer afogada, ficar 5 dias tomando banho gelado, pois não havia energia na casa, passar mais de 40 dias sem RECEBER, afinal você era só uma estagiária: trabalhou ganhou, entrou em férias – coletivas – não ganhou. 

Mas quer saber? Se preciso fosse faria TUDO de novo, pois por “pior” que tenha sido, foram os melhores anos da minha vida, foram as melhores experiências, as mais traumáticas talvez, mas foram as melhores, foi lá que eu descobri o significado de AMIZADE, foi lá que eu aprendi a LER, que me apaixonei por grandes escritores, que me identifiquei com pessoas iguais a mim, que buscam através do estudo um caminho melhor e foi lá que soube o que é ser um universitário. Reconhecimento é bom, mas de nada vale se for apenas para massagear o ego; sofri, chorei, acordei cedo aos sábados para ir naquele curso de filosofia – ou no Paidéia -, fique de exame de linguística, aprendi a falar latim, incorporei personagens, dancei, paguei altos micos (Macaquinho de pilha), ri muito, comi errado (uma paçoca e um guaraná garoto, por favor!), passei fome pra não andar a pé (ah! Que vontade de ir no Wilson hoje, mas não posso!), mas vivi, e ainda vivo, um pouco longe de lá, mas ao lado de pessoas que assim como os que se formaram ontem, buscam mais e mais conhecimento. Agradeço a todas as pessoas que passaram pela minha vida durantes esses anos de Letras, seja na FAFIPA ou na FREA, pois sei que cada um de vocês tiveram e ainda tem um lugar especial aqui dentro. Aos que se formaram ontem > PARABÉNS < aos que assim como eu, AINDA não se formaram, não desistam, pois tudo tem seu tempo determinado debaixo do céu, afinal já estamos quase lá.PS: E que venha meu TCC lindo *__*