Sabe aquele baile lindo de
máscara em que pessoas bem vestidas se encontram e exibem as mais perfeitas
máscaras e sorrisos? Sim, todo mundo já deve ter visto algum filme assim ou já
participou de um baile desses. Mas, hoje me peguei pensando e fazendo uma
comparação com a nossa vida.
Não me disseram que quando eu
crescesse as coisas seriam mais difíceis do que nos filmes, não se lembraram de
me avisar que a vida não acontece igual pra todo mundo e que nem sempre você
vai encontrar o amor da sua vida numa fila de cinema, uma esquina ou numa mesa
de bar.
Talvez tentaram me avisar, mas eu
não quis enxergar.
Conversando com uma amiga sobre
‘assuntos do coração’ chegamos à mesma conclusão: nem toda família que sorri é
um modelo de família feliz, ou mesmo percebemos que o que - na verdade - existe
são momentos de felicidade e não uma felicidade plena que dura 24 horas por dia
durante 80 ou 100 anos.
Será que aquele casal continua
apaixonado depois de 20 anos de casado? Ou será que nem se casaram apaixonados?
Será mesmo que aquele filho é o amor de duas pessoas concretizado? Ou aconteceu
uma gravidez indesejada? Será que ele namora por
conveniência ou realmente ama a namorada?
Por que os adultos fingem o tempo
todo? Seria tão mais fácil andar sem máscaras, namorar quem se gosta, casar por
amor e ter filhos por consequência do mesmo. Mas não é assim que a vida corre.
Até quando vamos continuar vivendo por conveniência? Por comodidade? Por que tá
bom do jeito que tá?
O que mais tenho medo é de cair
nessa zona de conforto e chegar o tempo em que direi: “tudo bem, assim já tão
bom”, e me refugiar - e me encontrar - nas histórias de Alencar, Machado e
Azevedo.