domingo, 19 de abril de 2020

Volta e meia me pego pensando nos clichês adolescentes que eu AMO assistir, principalmente em tempos de isolamento e distanciamento social.


Já se perguntou quantas vezes você pode ter perdido a oportunidade de viver um clichê na vida real? Bom, modéstia a parte, minha vida nunca foi muito pacata, e não que isso seja algo ruim ou bom, ela simplesmente acontecia de formas completamente inimagináveis.

Os últimos dias têm sido de profunda reflexão, mas diferente dos meus 18 anos eu não faço perguntas de "por que isso acontece comigo?", agora eu tento ver o lado bom das coisas e questiono: o que eu posso tirar de bom nisso?!

Nem o mais conceituado roteirista poderia escrever os nossos dias, afinal, nossas escolhas interferem no resultado de tudo, nossas ações nos levam e nos trazem para perto ou para longe de pessoas, coisas e situações.

Talvez o nome deste blog não poderia ser mais apropriado, e os domingos, que antes me traziam um gosto de fel, hoje me trazem o adocicado das palavras e uma sinestesia de deixar qualquer poeta boquiaberto.


Tenho vivido um grande clichê, tenho vivido pessoas que jamais imaginava que sabiam da minha existência, tenho aprendido a aproveitar meus dias extraindo o bom disso tudo. O autoconhecimento é lindo, mas fétido, quando você se conhece além do espelho percebe que muitas vezes foi capaz de abrir ferias em pessoas que ama com poucas palavras.

Talvez tudo se resuma em uma possibilidade: a vida é feita de clichês.

Um bom clichê é aquele que acontece no meio da semana, no meio da rotina, às 5 da tarde, comprando pão. Você acha que está apenas fazendo uma atividade básica do seu dia, mas no fundo você está vivendo um grande roteiro.

Se eu pudesse te dar um conselho seria: observe mais pela janela do seu quarto, esqueça um pouco as telas e as lentes e use todos os seus sentidos para absorver sons, cheiros e sabores. Grave na memória do seu cérebro os melhores momentos e seja paciente com você mesmo.

A vida é agora. 

sábado, 4 de abril de 2020

Em tempos de distanciamento social é válido lembrar que nem todo mundo tem o "prazer de reclamar" da companhia dos membros da casa, simplesmente por não ter membros na casa.
Quem me conhece há um tempo sabe que moro sozinha e se você está aqui nesse perfil [texto original postado no FB] novo sinta-se amado por mim (vc é realmente uma pessoa que me faz bem) e que eu quero compartilhar a minha vida. Aliás, esse foi o motivo da exclusão do perfil anterior: muita informação que só me fazia mal.

Mas, voltando ao foco do que eu quero falar, morar sozinha é sim muito bom quando você está em plena atividade, cheia de planos (mestrado, cadê você?) e com uma vida cheia de sonhos para realizar.
Agora imagina você dormir e acordar TODOS OS DIAS sem ter com quem compartilhar aquele filme, aquela receita, aquela música legal?!
Muitos podem dizer que seria "um sonho" essa liberdade toda. De fato é, ontem eu ouvi de uma pessoa que me conhece mto bem e há alguns anos que eu sou "livre e independente, e que eu não conseguiria morar com ninguém e manter um relacionamento!". A primeira parte eu concordo, é um fato, mas a segunda não.


Se tem uma coisa que os Projetos sociais os quais fui voluntária me ensinaram, é que "gente precisa de gente pra ser gente". E hoje, mais do que nunca, o UBUNTU faz todo sentido.
É uma fase, vai passar, eu sei. Mas enquanto ela não passa eu busco o equilíbrio entre a liberdade e a solidão. É fato que não seremos mais os mesmos depois disso tudo, seremos (eu espero) mais humanos.
Então, se você tem um amigo que mora sozinho, não rotule ele como "carente" ou qualquer coisa pejorativa em tempos de isolamento e afastamento social. Nossa cabeça governa nossos dias e se há qualquer propensão ao desequilíbrio ele estará evidente nos próximos dias.
Ansiedade não é frescura. Empatia é amor em gestos.
Você já amou alguém hoje?