Ontem acordei e liguei a Tv como
de costume, mas o dia não seria como um outro qualquer. Os noticiários matinais
não falavam outra coisa a não ser na morte - inesperada - de um cara conhecido
como “poeta do asfalto”, Alexandre Magno Abrão, o Chorão. Para muitas pessoas
esse cara foi só mais um entre tantos outros que se foram cedo demais, para os
fãs uma perda irreparável. Confesso que eu não era uma fã de Chorão, não tinha
seus Cd’s e nem fui a nenhum show da banda, mas o que mais me chamava a atenção
era que por trás daquela cara de mal, daquelas roupas largas e das tatuagens
havia um poeta, dos melhores.
Aprendi a gostar de suas letras há pouco mais de
2 anos, antes não queria nem ao menos ouvir falar nesse tal de Charlie Brown,
ignorância minha! Perdi tempo por não tê-lo conhecido antes, mas agradeço - de
coração - a uma pessoa que fez parte da minha vida e me ensinou a gostar desse
cara e de suas músicas. Obrigada! Talvez pela primeira vez um cara falou de
amor, de política, de mulher com tanta propriedade e da melhor forma que alguém
poderia falar.
Amor, lutas, glórias, conquistas, pontes... palavras que
expressam toda uma vida, talvez uma vida errada, regada de bebidas e coisas
ilícitas, mas será que ele teve ao menos a oportunidade de conhecer o outro
lado da moeda? Como pode uma pessoa de tamanha inteligência se destruir até
chegar ao fundo do poço? O que você e eu fazemos diante de uma situação como
essa? Ignoramos ou tentamos ajudar? Diariamente várias e várias pessoas morrem sozinhas,
morrem por dentro ou morrem fisicamente.
Não quero questionar isso ou aquilo, mas talvez essa seja a hora de
enxergarmos além do que os nossos olhos podem ver, olhar
para o coração e não para a aparência, olhar para o sentimento e não para as
tatuagens, olhar para o que há por dentro e não o que apenas as roupas mostram.
A vida me ensinou a nunca desistir, nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir (8)