terça-feira, 18 de janeiro de 2022

 

O que é o amor? Ou ainda, o que é a paixão? Às vezes penso que ambos não podem se separar em momento algum, é como se fossem irmãos gêmeos e inesperáveis, com a aparência semelhante, mas com essências completamente opostas.



Acho que essa foi a comparação mais parecida que me ocorreu até agora. E tudo bem, deu pra entender um pouquinho. A verdade é que a gente às vezes passa uma vida toda buscando respostas para coisas inrrespondidas, se é que existe esse termo.

Uma das minhas grandes dificuldades e que me renderam boas sessões na terapia, é o fato de que eu não conseguia conceber a ideia de que um relacionamento pudesse existir sem os atos insanos e imaturos da paixão. Até que um belo dia o meu dever foi responder a seguinte pergunta: “amor e paixão são iguais?”.

Confesso que fiz uma breve pesquisa de campo com alguns amigos e, por unanimidade, a resposta foi: NÃO! Mas, a teimosia do meu emocional não queria aceitar isso. Ora, mas parece que temos uma batalha interna do coração com o cérebro!!!

Não é novidade que essa batalha existe em todo e qualquer ser pensante, mas quando o dilema de que amor e paixão devem ou não andar juntos a VIDA TODA aparece... os divertidamente entram em conflito.



Fato é que há uma linha tênue entre a razão e a emoção, e eu sei a calmaria da relação será SUFICIENTE e que eu não preciso ter sempre ao meu lado (ou dentro de mim) o fogo consumador da paixão, aquele que te faz perder o senso das coisas, que te faz andar a pé do Rio a Salvador, tomar banho gelado no inverno e dançar tango no teto.

Para os amantes do caos e aos sensíveis à arte de ser humano, vale a reflexão: a paz, a calmaria, a facilidade e a tranquilidade são ingredientes indispensáveis e suficientes. O amor sobrevive ao caos quando se escolhe amar, a paixão não é capaz de sobreviver a isso.

Se no fundo procuramos estabilidade (emocional, profissional, pessoal, espiritual, financeira...) temos que nos acostumar a ela. Acostumar e saber que a paz vem de dentro e que nada e nem ninguém pode ser capaz de nos trazer a felicidade.

Somos seres inteiros, integrais e racionais, e o que nos faz humanos é exatamente isso, entender que os anos passam, os medos somem, as buscas mudam, mas que acima de tudo temos, agora, a maturidade de encontrar dentro de nós o que sempre procuramos no outro.

“É sobre isso e tá tudo bem” nunca representou tanto a conclusão para esse texto, pois realmente está tudo bem querer ter a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta mordida.