quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Preciso confessar que algumas coisas em minha vida não funcionam como eu gostaria. Isso não é novidade, já que todo mundo tem um probleminha ali e outro aqui que não conseguem solucionar. Mas o que realmente me chateia é que a ‘resolução’ desse problema não cabe a mim – somente-. Sinto-me triste em saber que há alguns primos que eu não conheço e nem ao menos se interessam pelo fato de eu existir, se é que eles sabem que eu existo. 

Ao mesmo tempo sinto-me feliz por saber “notícias” deles através da internet. Creio que os últimos anos me deixaram 007 – como diria Verônica – na internet, e descobrir o paradeiro de uma pessoa, sua profissão e até CPF e RG – pode acreditar – é uma das minhas habilidades virtuais. Mas enfim, hoje pela primeira vez em 23 anos de existência consegui encontrar uma foto de uma prima que NUNCA vi e não foi por falta de tentativa. No auge dos meus 5 ou 6 anos de idade tentei por várias vezes contato com ela através de cartas (eu estava aprendendo como escrever uma carta na escola, na época) que NUNCA foram respondidas, acabo de perceber que é essa é uma grande frustração de infância.

Contraditoriamente, se é que posso dizer isso, me deparo com livros de autoria de minha prima, tais como: Patty Palito e alguns didáticos de língua inglesa (uplink); e traduções como: O poder da mulher que ora; O poder do marido que ora; O poder terapêutico do perdão; entre muitos outros. Ao mesmo tempo sinto-me honrada em saber que alguém tão próxima – em termos – de mim se destaca no mundo literário e hoje é um grande nome da tradução. Sinceramente eu gostaria de conhecê-la como profissional, pois os laços de sangue que deveriam nos unir nunca existiram. Cada uma tem sua vida, sei disso, mas é complicado você sentir falta do que nunca teve. 

É um sentimento de impotência e nada mais. Durante alguns longos anos fiquei me perguntando porque a maioria dos meus amigos têm primos por perto e são amigos dos mesmos, enquanto eu nem conheço boa parte dos meus. Creio que minha experiência de vida me fez perceber que não sou nem um pouco normal e que a vida não acontece igual para todos. Hoje sei lidar com este fato, os que me querem bem até aceitam minhas solicitações em redes sociais, enquanto outros devem olhar para o convite e dizer: quem será essa aí que quer me adicionar? ....

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